A Associação Brasileira de Cirurgiões-dentistas (ABCD), destaca, em celebração ao Dia Mundial da Saúde Bucal que se comemora no dia 20 de março, a importância da data e recomenda durante este mês, que os cirurgiões-dentistas trabalhem junto aos pacientes e à população para difundir a importância da saúde bucal. Para o dr. Silvio Cecchetto, presidente da entidade, “os cuidados com a higiene oral, durante esta época de pandemia, devem ser redobrados, com as pessoas em casa, evitando a facilidade na ingestão de doces, a ansiedade e o descaso com a escovação. Estes hábitos, aliados ao consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, podem acarretar problemas bucais”- afirma Cecchetto que reforça também sobre” o auxílio do autoexame, prática simples de ser realizada e que pode evitar problemas mais graves”. Ele destaca ainda que “os cirurgiões-dentistas devem orientar seus pacientes no caso da presença de alguma lesão, o quanto antes, para prevenir, porque esta será sempre a melhor solução”, destaca.
“Para a ABCD, que nos anos anteriores a esta pandemia realizava campanhas juntamente com entidades parceiras, diretamente nas ruas para atendimento gratuito à população, reafirmo que não se deve descuidar da saúde bucal, pois suas consequências podem interferir diretamente na saúde geral”, diz o presidente da ABCD.
Prevenção oral versus pandemia – Para a Dra. Fabiana Quaglio, estomatologista e consultora científica da ABCD, “atualmente, segundo relato de colegas cirurgiões-dentistas, há um aumento significativo nos casos de periodontite, gengivite e de outras doenças sistêmicas, decorrentes do isolamento social e da crise econômica que estamos enfrentando”. “Estresse, má alimentação ou alimentação desregrada, relaxamento dos hábitos de higiene bucal, aumento do consumo de álcool e tabaco e outros fatores têm concorrido para o maior número de doenças bucais.” reforça a especialista.
Câncer bucal – “Estes fatores”. – afirma Dra. Fabiana – com certeza acarretarão, no futuro, o recuo nos trabalhos de prevenção de várias doenças, entre elas o câncer bucal. Por esta razão é que a ABCD procura reforçar que o cirurgião-dentista não deixe de destacar aos seus pacientes os cuidados com a higiene bucal. “A ABCD quer motivar a classe odontológica a ficar atenta aos reflexos da pandemia no diagnóstico tardio do câncer bucal e outras doenças, reforçando a campanha de conscientização e redobrando a atenção à prevenção precoce destes problemas”. Há, inclusive, infográfico disponibilizado pela dra. Fabiana e dirigido especificamente ao autoexame bucal que deve ser demonstrado ao paciente ensinando-o a realizar este hábito em casa.
“O Câncer bucal é considerado mundialmente problema de Saúde Pública e evidencia a necessidade do preparo do cirurgião-dentista desde a formação acadêmica”, destaca a dra. Fabiana. E mais, ela destaca “que no caso do diagnóstico precoce de tumores iniciais, a chance de cura é acima de 95%”. “Mas não podemos esquecer que o Brasil é o 3º país com maior incidência de câncer de boca, no sexo masculino, na faixa etária acima de 40 anos e, temos conhecimento do registro de 15 mil casos/ano, com altas ocorrências deste tipo de câncer”, afirma a especialista.
Falta de informação e diagnóstico tardio
“O Instituto do Câncer (Inca) alerta que o HPV tem sido fator preocupante em relação aos casos da doença entre os jovens devidos, em especial, ao sexo oral sem proteção, – a principal forma de contágio. “Tratando-se de tumores orais cada minuto importa”, alerta a dra. Fabiana. Ela reforça que o medo da doença e a falta de informações confiáveis são fatores que podem acarretar o diagnóstico tardio”.
Cabe ao cirurgião-dentista – Dr. Silvio Cecchetto destaca que “cabe ao cirurgião-dentista, no consultório, executar ações diárias para orientar, alertar e combater os hábitos nocivos à saúde, diagnosticar e tratar doenças, além de promover iniciativas de prevenção – primárias e secundárias – desmistificando, informando e esclarecendo ao paciente e à população, a importância e o cuidado com a saúde bucal.
Hábitos imprescindíveis – Os hábitos de higiene oral também são imprescindíveis no combate ao câncer bucal: escovação, uso de fio dental (3 vezes por dia), autoexame e atenção a lesões que permanecem por mais de 14 dias.
“O câncer de boca é indolor e silencioso. É preciso atentar a aftas que não cicatrizam e não doem e que podem ocultar a doença.”, alertam a dra. Fabiana Quaglio e o presidente da ABCD, dr. Silvio Cecchetto.